ADM Geral Aprendiz
Mensagens : 91 Data de inscrição : 15/11/2011
| Assunto: 4° Prisão Pântano das Trevas - IV Sex Dez 16, 2011 4:52 pm | |
| Pântano das Trevas: Os condenados cheios de ódio afogam-se uns aos outros.
Prisão guardada pelo Espectro de Lycaon. | |
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Lucian de Lycaon Aprendiz
Mensagens : 52 Data de inscrição : 26/11/2012
| Assunto: Re: 4° Prisão Pântano das Trevas - IV Qua Dez 05, 2012 1:22 pm | |
| Ao longo da surpefície escura e gélida do lago do Pântano das Trevas, corruptos, prostitutuas, ladrões e fascínoras se confundem num emaranhado de braços e grunhidos que afundam-se uns aos outros. Ocasionalmente, sustentados pela massa de água negra, uns passam a boiar como pesos mortos, ao tempo em que outros retornam e logo voltam a afogar o infeliz mais próximo. O ciclo então se mantém perpetuamente.
Longe dali, além da lama, do lodo e dos insetos ignóbeis nascidos do ventre do inferno, do odor fétido das almas odiosas que se empenham no exercício eterno de matar o próximo na água poluída do pântano, um som perturbador quebra o silêncio em pedaços, em estalos repetitivos e constantes. No decorrer da trajetória, uma rota vertebrada por ossos e membros decepados alinha-se num caminho certo para o medo. Que infeliz teria a intrepidez ou a burrice de segui-lo?
A rota estende-se por entre as brenhas e suas árvores demoníacas, que com suas raízes ancestrais varam a relva tépida, até alcançar colunas de pedra que sustêm uma estrutura rudimentar comparada a um antigo templo grego, porém terrível e de aparência abandonada, marcado por rastros negros e vermelhos, como a fumaça que tinge as paredes e o corpo morto e ensaguentado que tinge o piso.
Uma figura espectral e fantasmagórica jaz no mais do interior agachada, de costas para a entrada. À sua frente, uma fogueira que dispensa lareiras, com sua luz abrasadora e ampla, projeta a sombra do ser de cócoras por todo o recinto. Agora, de perto, podia-se perceber que o som irritante de antes vinha dali, dele.
Ao seu lado, contrapondo-se a todo o esquema até então descrito, repousa uma garrafa de vinho chianti, um tipo mais suave. Voltando à criatura que sustenta-se sobre seus calcanhares, algo curioso. Um, dois, três... Três braços? Um rastro de esperança na alma dos mais inocentes ou um último impulso neuro-sensorial de seus cérebros, concluiriam, por tentativa derradeira de conforto e alento, ser aquela figura um portador de deformidade, nascido com três braços, o pobre. Esse raro segundo de ignorância, ou inocência, chamem como quiser, seria logo seguido pelo choque de realidade que, um dia, mais cedo ou no mais tardar, a todos atinge (atingiu, atingirá).
Aquele estava mesmo a comer, e comia gente.
Lucian Staniak, o canibal mais novo da era moderna, também conhecido como O Demônio da Varsóvia, delicia-se, solitário e feliz, em sua casa, num banquete de gentes. Trata-se também do Espectro de Lycaon. Logo, teria trabalho a fazer, enquanto isso, porém, comeria.- Hum... hum... Vadias gostosas... hum... Agora eu... hum... entendo este termo...A chama escarlate ainda ilumina a tempo de vê-lo lamber os beiços. | |
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